sábado, 13 de novembro de 2021

O que temos pra hoje?

 Em 2014 eu estava na fase mais difícil da minha vida. Estava me divorciando e tentando encontrar meu lugar no mundo, com 34 anos. 

A maioria dos meus amigos eram casados ou estavam ocupados demais, e eu queria muito companhia para ir a shows dos artistas que eu gostava. Mas, não tinha amigos que quisessem ira aos mesmos shows que eu, então, eu não ia em nenhum.... Certo dia, eu fui comprar umas calças para minha filha ir a escola e me deparei com o cartaz do show do Cristiano Araújo. Eu tinha comprado um DVD dele na banquinha e adorava as músicas,  era a segunda vez que ele vinha próximo ao meu bairro. Não pensei e comprei um ingresso, ali na loja mesmo. 

Chegou o dia do show, era uma sexta feira, eu teria que arrumar alguém pra cuidar da minha filha e no dia seguinte teria que estar de pé cedo pra abrir a igreja e fazer o encontro de catequese (sim, eu era a catequista). Minha prima ficou com a minha pequena e eu fui ao show, sozinha!!!!! Eu participava de grupos no WhatsApp e para um deles que eram os mais próximos falei que estava no show, que a casa estava enchendo e que eu estava ansiosa. Deste grupo, só recebi mensagens dizendo: "Sozinha?", "Nossa, que solidão hein?", pois é... e eram pessoas que eu gostava muito, por isso eu dividi minha alegria.. mas eles não compartilharam isso comigo não. Bem, o show foi simplesmente sensacional, cantei e me emocionei muito. O cantor, Cristiano Araújo, cantava olhando nos olhos dos fãs! 


No dia seguinte, fui pra catequese, fiz uns dos melhores encontros com as crianças e depois fui buscar a minha filha.. Que maravilha, uma sensação de empoderamento! 

Pensei, por que demorei tanto pra fazer as coisas que eu quero? Por que dependia das pessoas e das suas aprovações? O tempo passou e aquele grupo, que só fez críticas, deixou de existir. Hoje nem tenho mais o contato dessas pessoas. Sei lá, o ciclo acabou e elas não participam mais da minha vida.

Em 24 de junho de 2015, ouvi no rádio a notícia de que aquele cantor que me fez tão bem com suas músicas e seu jeito cativante de ser, havia sofrido um acidente. Senti como se tivesse perdido alguém da família. No Facebook escrevi uma singela homenagem usando as músicas que mais me marcaram, devido àquela situação que eu vivia: "Quem nunca passou por 'Maus Bocados', sofreu e chorou largado porque vive ou viveu um 'Caso Indefinido' e nada mais? Quem nunca esteve sob  'Efeitos' e ficou com vontade de gritar ou gritou 'Hoje eu tô terrível!' e saiu de casa loucamente pra fazer "Bará Berê"? Hoje, eu só quero que você me tire dessa sofrência... mas, o que temos pra hoje, é saudade!" 

Depois do show desse rapaz, eu não tive mais medo de agir sozinha quando o assunto era a minha felicidade. E nunca mais deixei amigo, família ou qualquer outra pessoa opinar sobre meus sonhos. Quando eu acredito eu corro atrás, se eu quebrar a cara eu terei o orgulho de dizer: pelo menos arrisquei.

Um comentário:

Lídia disse...

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Jesus vem de UberX

Datilografia dá futuro, inglês não!

É minha gente, eu tava aqui pensando e voltei a escrever (idas e vindas fazem parte). Quando eu tinha 13 anos, eu pedi para  minha mãe pagar...