quinta-feira, 28 de abril de 2022

Datilografia dá futuro, inglês não!

É minha gente, eu tava aqui pensando e voltei a escrever (idas e vindas fazem parte). Quando eu tinha 13 anos, eu pedi para  minha mãe pagar um curso de inglês pra mim. Afinal, eu trabalhava com ela num clube onde só tinha gringo. Como eu sempre gostei da língua inglesa, eu arrisquei e fiz o pedido porque uma das sócias me perguntou se eu falava inglês. Eu disse que não, e ela disse que se eu começasse a fazer, poderia treinar com eles e ajudar mais. Mas minha mãe ao me ouvir pedir, disse: "Pra quê? Você não vai sair do Brasil!" Passou um tempinho, ela vendo que minha prima mais velha fazia curso de datilografia, disse que era isso que eu tinha que fazer. Datilografia dava futuro e era mais importante. 
Durante o curso, eu ia aprendendo a fazer várias coisas na máquina de escrever. O cardápio da lanchonete que eu trabalhava no clube era bem feínho, daí pedi para a minha professora me ajudar a melhorar ele. Ela me mostrou a técnica que eu tinha que usar e eu fiz um cardápio novo na folha de sulfite. Tirei algumas cópias com o meu dinheirinho, preenchi os valores com a letra bem bonitinha e até coloquei um plástico para não ficar todo feio quando as pessoas manuseassem. Mostrei pra minha mãe e ela disse: "Hum!" . Como eu trabalhava somente aos finais de semana, levei o cardápio para minha lanchonete, sim, eu tinha o sentimento de que era minha, pois eu que cuidava. Daí, por minha conta, coloquei o cardápio novo lá. O primeiro sócio que pegou, deu uma olhada e eu fiquei atenta vendo a reação. Ele olhou e falou "afff, bem melhor". Isso pra mim soou como elogio, segui o dia trabalhando. Servindo os sanduíches, sucos e tudo mais.... Até que o chefe, que cuidava de toda a parte de cozinha, restaurante e lanchonete foi até lá supervisionar e pegou o meu cardápio. Ele era um "alemãozão" grandão, olhos bem azuis e cabelos tão loiros que pareciam brancos, todos o chamavam de "Seu Wolf" e eu também, pois ele era o chefe. Ele perguntou: "Quem fez isso daqui?" Eu disse "foi eu" e antes que eu me explicasse dizendo que fiz porque o outro tava feio, ele disse: "Hum, você?". Eu queria chorar, mas daí minha mãe apareceu e justificou que eu tava treinando datilografia e que tinha feito pra ver se ficava bom. Ele me olhou e disse, quando for fazer de novo, pode usar a máquina elétrica da secretaria. Nooooossa, uma máquina elétrica era um sonho!!!!. E daí por diante, todos os cardápios eram feitos por mim. 



Tá, mas e o curso de inglês? Não fiz, era a  datilografia que dava futuro! Mas não desisti do sonho, um dia eu ia fazer. 

Por ter feito datilografia, fiz um estágio não remunerado num curso de "introdução a microinformática" e aprendi a digitar! Daí por diante, todo emprego exigia este conhecimento. E eu tinha. 

Antes eu não entendia, mas hoje eu entendo a sabedoria da minha mãe. Ela me deu o suporte para começar a minha jornada e cabia a mim correr atrás do resto. 

E aí? Já pensou no que "te deu futuro" para estar onde você está hoje? 

sábado, 13 de novembro de 2021

O que temos pra hoje?

 Em 2014 eu estava na fase mais difícil da minha vida. Estava me divorciando e tentando encontrar meu lugar no mundo, com 34 anos. 

A maioria dos meus amigos eram casados ou estavam ocupados demais, e eu queria muito companhia para ir a shows dos artistas que eu gostava. Mas, não tinha amigos que quisessem ira aos mesmos shows que eu, então, eu não ia em nenhum.... Certo dia, eu fui comprar umas calças para minha filha ir a escola e me deparei com o cartaz do show do Cristiano Araújo. Eu tinha comprado um DVD dele na banquinha e adorava as músicas,  era a segunda vez que ele vinha próximo ao meu bairro. Não pensei e comprei um ingresso, ali na loja mesmo. 

Chegou o dia do show, era uma sexta feira, eu teria que arrumar alguém pra cuidar da minha filha e no dia seguinte teria que estar de pé cedo pra abrir a igreja e fazer o encontro de catequese (sim, eu era a catequista). Minha prima ficou com a minha pequena e eu fui ao show, sozinha!!!!! Eu participava de grupos no WhatsApp e para um deles que eram os mais próximos falei que estava no show, que a casa estava enchendo e que eu estava ansiosa. Deste grupo, só recebi mensagens dizendo: "Sozinha?", "Nossa, que solidão hein?", pois é... e eram pessoas que eu gostava muito, por isso eu dividi minha alegria.. mas eles não compartilharam isso comigo não. Bem, o show foi simplesmente sensacional, cantei e me emocionei muito. O cantor, Cristiano Araújo, cantava olhando nos olhos dos fãs! 


No dia seguinte, fui pra catequese, fiz uns dos melhores encontros com as crianças e depois fui buscar a minha filha.. Que maravilha, uma sensação de empoderamento! 

Pensei, por que demorei tanto pra fazer as coisas que eu quero? Por que dependia das pessoas e das suas aprovações? O tempo passou e aquele grupo, que só fez críticas, deixou de existir. Hoje nem tenho mais o contato dessas pessoas. Sei lá, o ciclo acabou e elas não participam mais da minha vida.

Em 24 de junho de 2015, ouvi no rádio a notícia de que aquele cantor que me fez tão bem com suas músicas e seu jeito cativante de ser, havia sofrido um acidente. Senti como se tivesse perdido alguém da família. No Facebook escrevi uma singela homenagem usando as músicas que mais me marcaram, devido àquela situação que eu vivia: "Quem nunca passou por 'Maus Bocados', sofreu e chorou largado porque vive ou viveu um 'Caso Indefinido' e nada mais? Quem nunca esteve sob  'Efeitos' e ficou com vontade de gritar ou gritou 'Hoje eu tô terrível!' e saiu de casa loucamente pra fazer "Bará Berê"? Hoje, eu só quero que você me tire dessa sofrência... mas, o que temos pra hoje, é saudade!" 

Depois do show desse rapaz, eu não tive mais medo de agir sozinha quando o assunto era a minha felicidade. E nunca mais deixei amigo, família ou qualquer outra pessoa opinar sobre meus sonhos. Quando eu acredito eu corro atrás, se eu quebrar a cara eu terei o orgulho de dizer: pelo menos arrisquei.

domingo, 7 de novembro de 2021

A pior mãe do mundo III

É 2021, a pandemia do COVID-19 nos trouxe novos hábitos, novas reações, novas relações... Em pleno domingo, resolvemos fazer uma bela faxina na casa (cozinha, banheiro  e quintal). Mas porquê no domingo? Por que a gente faz tanta coisa na semana, e não temos muito tempo. O tempo que sobra, a gente aproveita pra ver filme, ficar a toa, dançar, rir... mas neste final de semana notamos que precisávamos dar uma bela organizada nas coisas. 


As duas, bem bonitas, organizaram as tarefas... você limpa a cozinha, você o banheiro e você o quintal... ok!! Tudo combinado.

Pra começar, eu resolvi preparar uma caipirinha pra ajudar na motivação... enquanto descascava os limões, duas abelhas entraram em casa e causaram um terror tanto em mim, quanto na minha filha. Tentamos espantá-las mas elas eram insistentes...  Minha filha toda escandalosa gritava quando elas se aproximavam, eu, ficava imóvel fazendo "uiiiiiiiiiiiii".

Tentamos, espantar as abelhinhas de todas as formas, a minha filha estava apavorada e eu vi que tinha que tomar alguma atitude adulta... Depois de espantar uma das abelhas e fechar a janela, uma outra insistia em nos perseguir. Eu estava  com a faca que eu usava para cortar o limão e num momento em que a abelha estava no meio da cozinha,   assumi o poder materno e de frente para a minha filha  disse: "É minha filha, vou ter que matar você." Gente!! Essa cena ficou estranha demais. Percebendo a situação, a abelha voou para fora. Acho  que ficou com medo de uma tragédia.

Será que a abelhinha tá me achando uma mãe louca? Eu com uma faca na mão dizendo que ia matar. Ai gente, tô aqui no quintal tentando provar que sou uma boa pessoa. 


Co- autoria: Maria Fernanda, minha bebê


leia também A pior mãe do mundo II


sexta-feira, 5 de novembro de 2021

Todo mundo vai sofrer

Mulher passa por cada coisa na vida e muitas dessas coisas foram cantadas pela Marília Mendonça. Eu  sou uma grande prova. Na minha vida já passou o cara "Infiel" e pra mim, "Traição não  tem perdão", larguei casa, larguei tudo! E o "Folgado" Afff, maldita hora que eu chamei de namorado, imagina se a gente tivesse casado? Deus me livre! E livrou. Já Passei vergonha e que vergonha daquela veze que eu levei um pé na bunda e, sem dignidade, "Bebi e Liguei"? Caramba, no auge de uma desilusão eu cantava com a mão no peito porque  me apaixonei pelo que eu inventei e me perguntando "De quem é a culpa"? Depois da humilhação, olhava no espelho e dizia: "Supera". Sim, por causa do meu "Coração Bandido" já passei por tantas histórias que, todo esse caminho "Eu sei de cor".
Ô Marília, parece que eu  te contei a minha história, mas você não  era egoísta, você  cantava a sua e as  nossas histórias. Eu já  tô achando que eu não  dou certo com ninguém,  mas sigo com minhas "Tentativas". 
Hoje Marília, ninguém vai chorar sozinho "Todo mundo vai Sofrer".

Singela Homenagem. 
Danyela Silva, uma fã 
Foto: Farraial 17 Jun 2018

domingo, 17 de outubro de 2021

Enquanto você não vem (parte IV)

E o boy dos anos 80 foi entrando na minha vida de uma forma bem legal! Na medida do possível, fui  apresentando ele  aos meus melhores amigos e familiares. Nossa, ele atendia a todas as minhas expectativas!  Prestativo, simpático com todo mundo. Tinha tudo pra ser aquele que eu esperei.  Mas havia um certo comportamento que me intrigava.  Ele exigia que minha atenção fosse só dele e implicava quando eu falava com meus amigos. E olha só, eu falava somente por vídeos chamadas pois estávamos ainda confinados em casa por causa da pandemia. As únicas pessoas que eu tinha contato presencial,  era com ele e com minha filha.

Boas notícias, chegou a Vacina! Eu já estava me animando com a possibilidade voltar a sair,  ver gente logo após tomar a primeira dose de acordo com a idade. Sinto que depois que eu tomei a primeira dose,  ele começou a demonstrar um comportamento obsessivo.  Em várias situações, eu me senti coagida e diminuída. Ele nunca ficava feliz com as minhas conquistas e sempre brigava por eu não chamá-lo para "me ajudar". Muitas coisas eu fazia sozinha e não achava necessário acioná-lo até para trocar uma lâmpada! Ele tinha um jeito muito estranho de extravasar a raiva (socando parede, gritando, atirando coisas....), mas só quando estávamos sozinhos. Numa dessas crises, o vizinho até bateu no portão pra me perguntar se eu precisava de ajuda. Com vergonha, eu disse que não e que era bom saber que poderia contar com ele se eu precisasse. 

Um dia ele se irritou muito por eu ter demorado a responder a mensagem dele. Isso rendeu horas de ofensas pelo celular. Eu bloqueei ele no meu celular pra evitá-lo. Para chamar a minha atenção, me marcou no Facebook me chamando de ridícula. Ele não interagia em nada no meu perfil  resolveu publicar só porque o  bloqueei pois já estava passando dos limites. No dia seguinte, ele veio até minha casa vestindo a roupa que eu mais gostava que ele usasse... e disse que conversaríamos como pessoas decentes. Eu estava sozinha em casa. Deixei entrar, sentei no sofá e ele se sentou no meio da porta da sala e pediu que eu só ouvisse.  Começou a dizer que tudo era culpa minha, que eu era fria, que tinha que ser mal tratada e que eu não sabia fazer nada junto, que eu não precisava dele para nada,  que eu não sabia dar valor ao amor que ele sentia por mim... e depois mudava o discurso dizendo que tudo aquilo era pra ficar perto de mim.  Eu no sofá, ouvindo. Até que ele levantou-se e pegou a cadeira que estava sentado e com muito ódio no olhar, ameaçou me acertar com ela. Eu me encolhi e disse que chamaria a polícia. Quando viu que realmente eu estava ligando, ele saiu da minha casa. Depois de todo essa cena, eu soube por um familiar dele que eu não era a primeira namorada dele que tinha passado por isso. Então, registrei boletim de ocorrência.

Hoje, o "boy dos anos 80" não pode se aproximar de mim por causa da medida protetiva que  foi concedida por causa desse relato. Terminamos dessa forma terrível. Mesmo com a medida protetiva ele ainda me manda e-mails pedindo perdão, com um discurso típico de homem agressor. Eu ignoro e ja avisei que se continuar vou denunciar novamente. Estou  de cabeça erguida e orgulhosa de mim por não ter permanecido em um relacionamento em que o único futuro seria  eu de cabeça  baixa, afastada dos amigos e com medo. Pensei, qual o exemplo eu estou dando para minha filha? Ser independente, inteligente e alegre  não é um defeito.  

E sigo vivendo,  não desisti do amor. Ainda acho que aquela pessoa vai aparecer e me fazer esquecer aqueles que não souberam me amar. 


Leia também

  Enquanto você não vem (parte III)

Enquanto você não vem (parte II)

Enquanto você não vem (parte I)

Continue a nadar!

Sou um tipo de pessoa que gosta de fantasiar, de transformar em lúdico as coisas mais sérias para que não fiquem tão pesadas.  E onde trabalho, quando qualquer pessoa muda de área ou tem seu ciclo encerrado na empresa, eu digo: "Tocou no popô!" ou "Fulano foi nadar em mar aberto". É uma referência a animação Procurando Nemo , onde depois de tocar no casco do barco que está em mar aberto, um mergulhador retira Nemo do recife! 

Quando recebi esta mensagem, eu me assustei e fiquei triste. Este meu amigo é meu comparsa em várias frases baseadas em desenhos e filmes. E essa mensagem mexeu comigo. O mar pode ser assustador! Tem ondas muito fortes, alguns abismos e perigos!! Tem todo tipo de criatura das mais amigáveis as que querem te devorar. 

Poxa, meu amigo está em mar aberto, quanta coisa pode acontecer? Está preparado? Pensando bem, o mar tem muitas oportunidades e é muito diverso, e na dúvida, fale até baleeis se precisar! Desafios fazem parte do nosso crescimento! Esse meu recadinho para quem teve que sair do "recife" e que agora está nadando em mar aberto. Lembre-se: "Continue a nadar, continue a nadar..."




quinta-feira, 3 de setembro de 2020

Enquanto você não vem (parte III)

Sabe "o boy dos anos 80"? Aquele da parte II, então, mesmo com o desencontro, ele voltou. Nos vimos, beijamos  e.... enfim. Nos falamos todos  os dias, trocando desejos, sonhos  e relembrando um tempo  que vivemos  as nossas vidas antes de tudo isso... 
Mas veio a pandemia, um vírus  devastador, estava longe da gente ainda, era coisa "lá de fora". Mas, do nada: NÃO SAIM DE CASA! Uma pandemia foi declarada e obrigou todo mundo  a ficar em casa. Nada de cinema, barzinhos,  motéis... nada. Quem está solteiro vai ficar... quem está casado, vai ter que suportar. . Quando dei por mim, ele  estava na minha cozinha  fazendo hambúrguer. Nos vimos juntos! Cozinhando, passando  álcool gel nas mãos, determinando quem iria no mercado buscar  o que precisaríamos para o almoço daquele domingo. Passávamos todos os finais de semana juntos. Durante a semana era vida normal e troca de mensagens. Éramos os quarentões na quarentena.  Seguimos á risca o que a pandemia determinou,  o bom foi que permanecemos juntos.  Será que é o boy dos anos 80 aquele que eu tanto espero?

Jesus vem de UberX

Datilografia dá futuro, inglês não!

É minha gente, eu tava aqui pensando e voltei a escrever (idas e vindas fazem parte). Quando eu tinha 13 anos, eu pedi para  minha mãe pagar...