quinta-feira, 30 de junho de 2016

A armas da minha avó!

Morei em Minas Gerais por 10 anos. Nasci lá. Como eu sempre passava as férias com minha mãe em São Paulo, eu não queria que minha irmã paulista desse risada da minha cara por falar com sotaque ou por falar coisas que só mineiro fala. Eu não queria passar e nem fazer ninguém passar vergonha.

Porque os  mineiros juntam tudo?  Compram um "quidicarne", um "lidileite", "mastumate"... e sem contar que trocam a letra L pelo R em "argumas palavras". Isso daí já me rendeu umas boas vergonhas!!!  Um dia minha tia me mandou ir na farmácia pra comprar Lactopurga.. Eu logo revirei os olhos e fui na farmácia e disse: "me dá um LactoPULGA!", a atendente foi lá e buscou o remédio, e não é que era Purga mesmo? Eu achei que era para os cachorros lá de casa, eram cheios de "purgas" (hahahahaha). Eu passei essa vergonha, mas enfim... 

Minha avó é mineira mineiríssima. Todos os dias, por volta das 18h,  ela mandava a gente fechar a casa. Fechávamos as janelas dos quartos e as portas. Eu sempre fui curiosa e um dia perguntei por que tinha que fechar a casa àquela hora! Em São Paulo, a   minha mãe  não tinha esse costume e morava em apartamento. Minha avó,  com toda autoridade disse: "Nóis fecha porque as arma tão andano essa hora." Eu criança,  já pensei "mas arma anda?". Não falei mais nada, porque ela estava com aquela cara de "não se fala mais disso". 

Um  dia, ela estava fazendo uma oração e disse que rezava pelas "armas do purgatório", eu só conseguia pensar em revólver, arco e flecha, faca...Mas, questionei? Não!!

Hoje, quase 30 anos depois, vim entender que "as arma" que minha avó tanto falava, são almas!!!! Que temos que rezar por elas para que fiquem na luz e contemplem a face de Deus... E agora eu só concluo que  eu sou uma  ignorante!  


sábado, 25 de junho de 2016

Curta Coca-Cola e muito Som!

Essa é de morrer!

Com meus 18 anos, junto da minha família eu exibia um certo dom que era falar arrotando. É isso mesmo,  tomava Coca-Cola e falava frases ou até cantava arrotando. Nojento né? Que nada, era muito engraçado! Quando me juntava com minhas primas era uma zoeira. Uma vez eu disse arrotando num único fôlego a frase do comercial da coca- cola: “tudo que a vida tem de bom, curta coca-cola e muito som”. Rimos muito, era quase um record. 

Um dia, estava curtindo um samba aqui no bairro e estava esperando o meu "esqueminha". Era quase um namoro, mas a gente sempre saia escondido. Toda prestativa, comprei uma Coca-Cola de 600ml e uma coxinha grandona de frango com catupiry. Enquanto esperava, minha prima disse: “- Dany, sabia que não pode tomar coca e depois beijar?” Eu ri, e disse “ - Ai, nada a ver” - Lá vou eu, saindo discretamente com o lanche para dividir com ele. Bebemos coca, comemos a coxinha, dava uns beijinhos e bebe a coca, até que ele fez uma gracinha e correu de mim. Que lindo isso!! Quando eu fui chamar o nome dele, que vergonha!!! O nome dele saiu num arroto sensacional!!! Todas as sílabas!!! Eu não sabia onde enfiar a cara, pois éramos só "esquema", e era aquela fase da conquista! Tinha que impressionar! Não sabia o que fazer com ele ali parado com os olhos arregalados olhando pra mim, meio sem reação. Pra quebrar o clima tenso, ele disse: “ tá falando mais grosso que eu hein?” Apesar da vergonha que eu senti, rí da cara dele e ficou tudo bem!! 
Não perdi o esquema na época, mas fica a dica: “Nunca tome coca-cola e beije em seguida!!”




quinta-feira, 23 de junho de 2016

Baratas voadoras?

Ali em 2013, eu morava num lugar de difícil acesso. Ônibus passava a cada meia hora e olhe lá! Eu chegava atrasada quase sempre no trabalho pois sempre tinha alguma coisa para me atrapalhar. Era manifestação, era greve,  era meteoro, era E.T's invadindo o bairro... enfim, todos os dias eu tinha que me explicar para a chefe, ela era  baixinha, mas dava umas broncas de gente grande! 
Sempre falei a verdade e até tirava foto dos acontecimentos para  provar se fosse necessário. 


Um dia dei um basta! Acordei 1 hora mais cedo do que de costume. Preparei tudo. Meu cabelo estava com a progressiva vencida, aproveitei e usei o tempo extra pra deixá-lo no capricho. Tudo pronto! Criança na perua escolar, eu bela e Formosa maquiada e com o cabelo tão bem escovado que nem se notava a raiz crescida.
Fechei a porta de casa e de repente ouvi um barulho tipo "vruuumm",  em seguida senti um peso na cabeça. Olhei meu reflexo e notei um par de antenas!!!! -"Cristo Redentor, Misericórdia!!! Uma barata voadora pousou na minha cabeça!"-  Eu comecei a sacudir a cabeça, sapateei  sacudindo as mãos até o monstro sair. Resultado: naquela agitação, meu cabelo ficou destruído, eu suei demais de tão nervosa. Devo ter perdido uns 20 minutos me sacudindo. 


E agora? Já estava atrasada de novo!!  O que dizer pra chefinha? Pensei em dizer que fui pega por zumbis comedores de cérebro ou inventar que tava trânsito, sei lá!! Mas nesse dia tava tudo tranquilo, um sol lindo e tudo mais.

Vamos lá, peguei o celular e mandei um SMS contando o que houve. Sim, falei exatamente essa história,  a verdade. Quando cheguei no trabalho,  ela veio na minha direção com o celular na mão,  e com um sorriso preso me perguntou -" É sério isso?" - Jesus do Céu!! Eu  nunca tinha sido  tão verdadeira! Com essa situação, eu me livrei  e meu emprego tava salvo!


Agora, vamos combinar, toda a criação é maravilhosa, mas as asas na barata foi muita zoeira de Deus né? Desnecessário! Desnecessário!!

terça-feira, 21 de junho de 2016

Coeio é Coeio!



Aos 6 anos, já sabia ler. Morava com minha avó em Minas e a educação dela era rígida, mas amável. Ela não admitia que crianças se envolvessem em conversas de adultos ou que dessem palpites. Tínhamos a obrigação de estudar e de fazer algumas tarefas tipo: levar a porca pra cruzar, lavar o chiqueiro, limpar o quintal, lavar louça e arrumar nossas camas. E claro, ser educados com ela e com os outros. Um sinal de desobediência, recebíamos só uma olhada e já sabíamos que o negócio ia ficar feio. 

Um dia, minha avó estava sentadinha na cama anotando umas coisas. Ela era praticamente analfabeta, mas tava lá anotando. Cheguei e perguntei: “ – O que que a Senhora tá fazendo mãe?". E ela respondeu: ”- Tô jogando no bicho.” “- E em qual bicho a Senhora tá jogando?” E ela: “- No coeio!” Como eu já lia, eu queria sempre falar certinho pra não passar vergonha ou falar besteira sem saber.
Foi aí que cometi o maior erro que uma criança pode cometer, eu a corrigi: “- Ai mãe, não é coeio é c-o-e-l-h-o”, disse eu praticamente soletrando. Ela olhou pra mim, com um olhar que eu jamais vou esquecer e disse: “Ocê não me corrige não, se eu falá que é coeio é coeio entendeu? Coeio é coeio!!!!”

Coeio é Coeio e ponto final. Com isso, aprendi que devemos ter respeito com os mais velhos e não discutir seus conhecimentos ou querer forçá-los a algum tipo de mudança, pois sua experiência de vida vai muito além do que uma palavra dita errada. To tentando fazer minha filha entender que "COEIO É COEIO", mas essas crianças de hoje são difíceis!





Eu sou uma Rapariga

Quando eu tinha uns 15 anos, eu sofria de alguns desarranjos intestinais. É!!! Muitos gases, dores de barriga que me faziam suar. Certo dia voltando da escola,  de pé no busão lotado, tinha alguns trabalhadores voltando suados do serviço. Eu estava de pé ao lado de um senhor que estava sentado cochilando.

Devido aos meus desarranjos, senti aquele incômodo na barriga, pareciam bolhas explodindo, coisa esquisitíssima na minha barriga (tradução, eu queria peidar). Eu  tentei, tentei e tentei segurar mas, acabei soltando aqueles peido silencioso que até te esquentam! Silencioso, sorrateiro e muito, muito fedido. Meu coração disparou, me desesperei, pois todo o ônibus poderia sentir aquele cheiro horrível

Tinham muitos homens ao meu redor, será que alguém desconfiaria da mocinha? Eu, disfarçando e agindo como uma lady, levei a mão ao rosto e fiz cara de nojo, reprovando quem havia feito aquilo do transporte  coletivo. E claro, olhando feio para os caras que estavam de pé suados ao meu lado.

Segui disfarçando meu incômodo, até que o senhor que estava sentado dormindo acordou,  cabeça para um lado, cabeça para o outro, cheirou, cheirou em voz alta e muito brava disse: 

“ – Quem fez isso é filho de uma rapariga!” 

E no pensamento: : “- Mal sabe ele que, quem fez isso, foi a própria rapariga!”

Eu fazia um curso de informática toda segunda-feira. Num desse dias ruins da minha barriga, ia saindo da escola e duas amigas iam descer comigo em Santo Amaro. Uma delas passaria em uma Clínica. Quando cheguei no curso, eu estava com uma vontade imensa de usar o banheiro, fazer o número 2, mas vi que não teria o curso por algum motivo e fiquei desesperada. Não poderia ir em qualquer lugar, Daí lembrei da clínica que minhas amigas estariam. Fui correndo, suando, cega, nem via por onde passava. Cheguei na clínica, suando frio..... olhei para um lado, para o outro e nada das meninas. Mas eu queria banheiro, só um banheiro! Vi a placa sinalizando - banheiro - fui que fui rezando para não estar ocupado. Abri a porta desesperadamente e aaaaaaaaaahhhhh alívio. Eu estava com uma diarréia braba. Terminei o serviço, dei aquela olhadinha básica para pegar o papel, quando me deparei com um outro vaso! Pensei "- Dois vasos?" Nããããããão, meu Deus!!! Eu estava no bidê.... no bidê!!! Quando me levantei olhei o serviço, bateu um desespero..


Eu havia caprichado, estava muito cheio! Nem dava pra ver aquele chuveirinho que ficava em baixo, muito menos o ralo.
O que fazer? Não tinha um balde, uma pá, um nada pra me ajudar. Pensei em fazer conchinha com as mãos e tirar aquela "merda" que fiz. Tentei ligar o chuveirinho, mas estava tão entupido que só vi uma bolha nascendo e explodindo - PLOFT - Nojento.
E agora? E se tivesse alguém do lado de fora tentando usar o banheiro? Contei até 10, abri a porta olhei para um lado, para o outro e saí em disparada. O serviço ficou lá! Não foi sacanagem minha, pra quê tinha aquele bidê?

Hoje, meu intestino não funciona tão bem quanto antigamente. Acredito que o responsável pela limpeza daquele banheiro me rogou uma praga, que sofro até hoje!
Deixo aqui minhas desculpas aos faxineiros da época, realmente eu não estava legal, me libera da praga por favor?



Quem seca as tangas atrás da geladeira?

Lá no final dos anos 90, eu fazia parte de um grupo de jovens, na igreja. Era a coordenadora e tal.  Fiz muitos amigos, a grande maioria era  meninos e mais novos que eu. Sempre tinha uma turminha que adorava ir na casa da minha mãe fazer bagunça e jogar conversa fora.
Todo sábado era aquele povo lá em casa. Numa dessas visitas, falávamos de vários assuntos e não sei porque minha irmã disse: “ Ah, e você que seca suas tangas atrás da geladeira?!?!”  Imaginem  a zoação de um bando de adolescentes. Eu neguei mas acho que não convenci pois, na semana seguinte, voltaram com um violão. Eu pensei que tivessem feito uma música de louvor,  afinal, éramos de um grupo de jovens! Mas, não!  Em coro começaram a cantar algo com o seguinte regrão: “Seca tanga atrás da geladeira, seca tanga atrás da geladeira" A zoação era sem limite! Só sei que eu fiquei com a fama por um bom tempo!

Aí eu te pergunto: Quem nunca precisou que alguma coisa secasse rápido, para o dia seguinte por exemplo e acabou colocando atrás da geladeira pra secar? É gente, as vezes acontece!! Hehehe


Essa é umas das notas do meu Facebook escritas em 4 de abril de 2011 às 00:52 

domingo, 19 de junho de 2016

Acho que era bullying...

Ano 1989 lá em Campo do Meio - MG.  Eu não era bonita, não tinha o cabelo liso como o da maioria das meninas da minha classe, era uma das mais pobres da sala e nunca levava lanche: " - pra quê, se tem merenda?" dizia minha avó. Eu ia para a escola com os cadernos cheio de orelhas.  Eu não era muito caprichosa, era só uma ótima aluna.  Na minha classe tinha filho de prefeito, de dono de cafezal, gente rica e um desses riquinhos se achava o tal e batia em todo mundo, inclusive nas meninas que eram feínhas,  pobres,  ou seja, nas neguinhas e encardidas como eu. Todo dia eu voltava pra casa com a canela roxa, dos chutes que ele dava em mim
Esse garoto cismou comigo e começou a zoar o meu cabelo (só porque era tipo Jackson Five), e eu ficava quieta, claro, ele era muito chato e ia me bater se eu falasse alguma coisa. Um dia, com um guarda chuva automático, ele acertou meu rosto. Quando senti aquela dor, tive um momento de fúria e comecei a bater nele com a mochila. Ele não esperava aquilo, pois ninguém revidava nunca!! E fui batendo com a mochila até ele se esconder atrás da mesa da professora,  e eu comecei a empurrar a mesa e apertá-lo contra a parede até a professora chegar e apartar a briga. As outras crianças ficaram me olhando meio desconfiadas. Ninguém  ficou de castigo, a professora sabia que ele tava merecendo e não fez  nada. E ele era rico!Tudo bem até aí. Mas.......... na hora da saída, esse garoto convocou praticamente toda a escola e em coro foram me chamando de  "MACHO FÊMEA PARDO" até a esquina da minha casa. (Não entendo esse  “pardo” até hoje, mas enfim...). Quanto mais eu andava e tentava não chorar, mais forte gritavam. Isso foi durante toda a 4a série, minha avó nunca soube.Pois é, acabou o ano e vim morar em São Paulo. Não entrei em depressão por causa disso, ou carrego comigo algum trauma horrível (só alisei o cabelo ué). Hoje, vejo falar em bullying e pergunto: “era isso que acontecia comigo na época?”

Tem que começar do começo!

Eu já tive um blog! Na época, não era algo do tipo que se podia dizer: "Minha nossa, como esse blog é legal!!" Mas acreditam que tinha uns doidos que me seguiam?  Diziam que gostavam das minhas aventuras e desventuras. Eita, agora fiquei confusa! Gostavam de mim ou de quando eu me lascava???  


Ah, quer saber?! Vamos ver no que que dá!  Se for para rirem de mim, que riam até doer a barriga. 

Jesus vem de UberX

Datilografia dá futuro, inglês não!

É minha gente, eu tava aqui pensando e voltei a escrever (idas e vindas fazem parte). Quando eu tinha 13 anos, eu pedi para  minha mãe pagar...